quarta-feira, 22 de fevereiro de 2017

Das panquecas ao Social

Andava há já bastante tempo com curiosidade sobre as famosas panquecas de banana e aveia. De acordo com os ingredientes, sempre me pareceu uma receita bastante apetitosa, mas a minha desilusão foi enorme. Basicamente, aquilo só me soube a banana, mas uma banana sem graça nenhuma. E como se não bastasse, devido aos meus dotes culinários, ainda consegui que ficassem queimadas.
Eu sei que está na moda ser saudável. Comer saudável. Correr. E, é claro, colocar tudo isto no Instagram. Senão, não aconteceu. Mas não consegui ainda enquadrar-me neste estilo de vida. Também digamos que não faço propriamente um grande esforço para isso... Sobretudo na parte de colocar tudo no Instagram.
Há dias li um texto sobre alguém que simulou uma semana como Instagramer. Confesso que me choca esta expressão. E aturdem-me estas vidas fantasiadas, que não são reais. E depois confunde-me não perceber onde começa a verdade e acaba a mentira. Quem são as pessoas realmente felizes? Onde estão elas? Certamente não devem estar a conversar numa rede social, a postar fotografias de situações perfeitas (quando as situações mais perfeitas são aquelas que transbordam imperfeições).
Será a minha vida real? Será a minha vida completa? O que me falta para ser feliz? Fotos no Instagram? Se é o dia do gato e só vejo gatos no Facebook. Se é Natal e vejo um sem fim de fotos de consoadas felizes (será?). Há uma massificação de comportamentos. Se o Benfica joga só aparece Benfica. E fui aqui. Fui ali. Vou tirar aqui só mais umas fotografias para o perfil do Facebook. Onde está a essência das coisas? Não sei onde está. E, no entanto, como tudo isto está já tão dentro de nós, das nossas vidas. Imparável.

Mas atenção: não quero com isto dizer que as redes sociais são o grande mal do mundo. Elas aproximam pessoas que estão longe. Põem em contacto amigos que se tinham separado ou simplesmente pessoas que nos foram queridas no passado. Elas permitem partilhar coisas boas para que os amigos possam ficar felizes por nós ou para que visitem o mesmo restaurante e se deliciem com aquilo que nos fez crescer água na boca. Ou simplesmente mostrar aquela foto em que ficamos bem. Ou em que a paisagem ficou mais bonita que antes.
O que é difícil é perceber onde está a verdade dos factos que se encontram por lá. Perceber onde está a felicidade e onde está a realidade.

sábado, 18 de fevereiro de 2017

Save My Time

Após ter publicado o texto anterior, recebi algum feedback tanto de pessoas que se sentiam como eu, mas também de outras pessoas, com conselhos para melhor gerir o tempo.
Segui os conselhos da minha amiga Frederica e instalei no telefone a app Save My Time. Basicamente, nesta aplicação é possível criar nove categorias de actividades (dormir, comer, estudar, etc) de acordo com aquelas que fazemos no dia-a-dia. Depois, quando desbloqueamos o telefone, a aplicação pergunta o que estivemos a fazer e nós apenas temos que indicar em qual ou quais actividades gastámos o nosso precioso tempo.

O objectivo é perceber como gastamos o tempo e, com essa informação, perceber que coisas podem ser mudadas, de forma a rentabilizá-lo. A aplicação dá-nos depois um gráfico com o tempo consumido em cada actividade.

Resumindo e concluindo, de acordo com o gráfico dos meus últimos três dias, passei a maior parte do meu tempo a dormir! Naturalmente que depois falta para outras coisas. Só com três dias já deu para perceber que posso dormir menos e também há ali um roxo que diz respeito aos Social Media em que também posso cortar (mas não no tempo dedicado a este blogue, esse vai aumentar).
Vou continuar a usar a aplicação, para perceber exactamente em que é que estou a desperdiçar o meu tempo. A quem sofre do mesmo problema que eu, aconselho vivamente instalarem esta app. Porque no fundo, se desperdiçamos tempo, estamos a deitar fora grande parte da nossa vida e é isso que não podemos deixar acontecer. 

quinta-feira, 16 de fevereiro de 2017

Abandonado

Isto tem estado um bocadinho parado aqui por estes lados... A vida passa a correr. Há pouco, quando pensei que não escrevia aqui há algum tempo, fiquei surpreendida ao compreender que já se passaram muitos muitos meses. Até já mudámos de ano!
E o que aconteceu entretanto? Pois bem...Nada! Mais de um mês do ano novo já lá vai e está tudo na mesma. Não sei se é só a mim que assusta esta rapidez com que a vida passa, mas suponho que não. As semanas sempre tão iguais. Todos os dias a fazer o mesmo percurso, a dar as mesmas voltas, a olhar para o mesmo computador e o tempo parece que não passa, mas quando dou por mim é fim-de-semana. E agora com esta "novidade" de voltar às aulas, aos trabalhos e aos exames, o tempo ainda é mais limitado. E ainda há a casa que se deve ter sempre arrumada, os almoços e jantares cozinhados impecavelmente... Ah e o ginásio. E namorar, é claro. E dormir! Como é que no meio disto se arranja tempo para dormir??
Eu gostava muito de vir aqui com uma solução que pudesse ajudar pessoas como eu a terem tempo para tudo. Mas a verdade é que eu é que preciso de ajuda!! Porque no meio disto tudo falta o tempo para escrever, para cantar. E para a guitarra, que está encostada a um canto da sala faz meses. E o teatro! A falta de tempo para lá ir. E o cinema. Vão passar os Oscars e os filmes vão ficar todos por ver.
E, no meio disto tudo, o tempo para a família, para os amigos. Para ler um livro bom (ou dar-me ao luxo de um mau). Para ficar simplesmente parada sem fazer nada, apenas a contemplar. Dar um passeio, ver o mar, visitar os museus.
Tanto para fazer e tão pouco tempo. Assim se vê o estado deste blogue: abandonado.

ps - E serviu este texto para conseguir uma lista de coisas que tenho saudades de fazer. Para me dar alguma urgência à vida, nas decisões e nos actos. Para tentar fazer-me sair da apatia e deitar mãos à obra.